O município de Chapecó está sediando mais uma capacitação para profissionais de segurança pública que atuam no Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia). As aulas se iniciaram no dia 16 seguirão até o dia 29 de novembro, com carga de 96 horas.
Ao todo, 43 profissionais de cinco Estados - Roraima, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - participam da 7ª edição do Curso de Unidades Especializadas de Fronteiras, promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio das Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (SEGEN) e Secretaria de Operações Integradas (SEOPI).
Participam do curso policiais militares e civis escolhidos pelos Estados que atuam na Operação Hórus, que combate o crime organizado na faixa de fronteira. No total, 13 Estados integram o programa Vigia. Por sediar o evento, SC conta com 23 profissionais participando da formação.
O curso prepara o policial para lidar com o ambiente de fronteira, identificado como "VICA": Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Além da integração das polícias dos Estados fronteiriços, o treinamento é importante para que todos tenham o convívio e possam compartilhar suas experiências.
A capacitação tem como foco a parte prática, reforçando técnicas de defesa pessoal, imobilização, policiamento em embarcações e identificação veicular e fraudes associadas - entre outras disciplinas que estão na rotina do efetivo policial.
Os princípios de sobrevivência, previstos no curso, contribuem com técnicas para situações-limite que os policiais possam enfrentar - como situações de perseguição em mata fechada, identificação de rastros, técnicas de como se portar e como atuar silenciosamente.
Outra tática necessária para a atuação nas fronteiras brasileiras, que são cercadas por rios e ambientes molhados, é a natação utilitária - disciplina que dialoga diretamente com o treinamento para policiamento em embarcações.
A maneira como o policial é preparado para atuar em viatura é diferente do preparo para o barco, devido a questões como a estabilidade. Assim, há uma série de requisitos necessários, por exemplo, no caso de o policial cair na água, para que ele consiga flutuar, fazer o corpo se adaptar ao frio e ao clima.
Além disso, também serão revistos procedimentos frente a ocorrências fronteiriças, que envolvem direito ambiental, como caça e pesca ilegal, técnicas de fiscalização de desmatamento, além de encaminhamentos no caso de vítimas, apreensão de materiais, aspectos legais, bem como conhecimento de áreas indígenas. Cartografia, navegação, técnicas de orientação em ambientes diversos e demais métodos de georreferenciamento constituem outra disciplina de importante uso prático nas ocorrências.