Foto: Lema da unidade
Foto: Foto da unidade da Polícia Militar de Santa Catarina
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PERSONAGENS
Capitão Osmar Romão da Silva
Coronel Antônio de Lara Ribas
Coronel Cantidio Quintino Regis
Coronel João Cândido Alves Marinho
Coronel Pedro Lopes Vieira
Feliciano Nunes Pires
Major Ildefonso Juvenal

 

 

CORONEL CANTÍDIO QUINTINO REGIS

 

 

Natural de São José, onde nasceu a 31 de outubro de 1894, Cantídio Quintino Regis era filho de Francisco Adriano Régis e sua esposa, Donatila Morais Régis.

Assentou praça na então Força Pública de Santa Catarina, como soldado, em 12 de novembro de 1917. Depois de ser promovido, sucessivamente, a anspeçada (graduação entre soldado e cabo), cabo de esquadra, 3º e 2º sargento, foi, a 23 de fevereiro de 1919, graduado no posto de 2º tenente, no qual foi efetivado em 22 de fevereiro de 1920. 1º tenente, por merecimento, em 19 de março de 1924, alcançou o posto de capitão, também por merecimento, a 25 de março do ano seguinte.

Foi delegado de polícia de Porto União e Florianópolis. Em 1930, era o comandante da posição defensiva instalada na cabeceira da Ponte Hercílio Luz (lado da ilha, no terreno do antigo cemitério) com o objetivo de impedir e entrada na capital da coluna revolucionária procedente do Sul. Foi ajudante de ordens dos governadores Pereira e Oliveira, Bulcão Viana e Adolfo Konder.

Além de farmacêutico licenciado, era homem de grande cultura. Estudou francês, e de tal modo se aperfeiçoou nessa língua que acabou escrevendo um livro denominado “Verbos Franceses”, adotado oficialmente pela antiga Escola Normal e Ginásio Catarinense, além dos cursos da própria corporação.

Em 1932, era o subcomandante do batalhão da Força Pública integrado às tropas governistas em operações contra os revolucionários de São Paulo. Recebeu vários elogios por seu desempenho durante a campanha, em que a unidade barriga verde esteve sempre na linha de frente. Comissionado, a 10 de agosto, no posto de major, coube-lhe comandar o batalhão no último combate, que culminou com a tomada da Taquaral, em 1º de outubro.

A 24 de outubro, foi graduado no posto de major, “em atenção aos relevantes ser viços prestados em campanha, no último movimento revolucionário...”.

Primeiro presidente do Clube dos Oficiais da Força Pública catarinense, fundado em 3 de dezembro de 1932, destacou-se entre os pioneiros da campanha para aproximação entre as polícias militares dos estados para a defesa dos interesses comuns e para intercâmbio técnico e cultural, que visavam à diminuição das diferenças de desenvolvimento entre elas. Tão acentuada era sua liderança que, no I Congresso das Polícias Militares, realizado no Rio de Janeiro em 1934, foi escolhido, por aclamação, para presidir os trabalhos, quebrando a praxe militar que indicava para a posição um dos vários coronéis presentes.

O movimento liderado por Cantídio Regis e seus companheiros de outras forças estaduais foi plenamente vitorioso, conseguindo a inclusão, na Constituição de 1934, de dispositivo que dava às PMs caráter permanente, considerando-as reservas do Exército, e mais tarde, a aprovação da Lei nº 192, de 1936, a primeira legislação básica das Polícias Militares dos estados.

Em 4 de maio de 1935, véspera do Centenário da Força Pública, após a crise política que culminou com a eleição de Nereu Ramos para governador do estado, foi o major Cantídio Regis nomeado Comandante Geral da corporação. Sua efetivação no posto de major aconteceu em 27 de junho daquele mesmo ano. Pouco depois, em 21 de novembro, foi promovido, por antiguidade, a tenente coronel. Em 8 de maio de 1945 alcançou, por merecimento, o posto de coronel, que, extinto em 1930, somente então fora restabelecido no quadro da milícia catarinense.

O coronel Cantídio Quintino Regis permaneceu no comando da corporação até 6 de março de 1948. Foi o oficial que exerceu o cargo por maior tempo. Durante sua gestão a atual Polícia Militar recebeu grandes melhoramentos, destacando-se, no campo material, a construção do quartel do Batalhão de Infantaria, em terreno adquirido à Rua Nereu Ramos, atual sede do 4º BPM, e a construção do quartel para companhia isolada de Curitibanos. Mas a marca de seu comando foi o aprimoramento intelectual e técnico-profissional dos integrantes da milícia, a que dedicou o seu melhor esforço.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 2 de junho de 1970.

Em 23 de novembro de 1984, a Lei nº 6.463 instituiu a medalha de Mérito Intelectual “Coronel Cantídio Quintino Régis”, destinada a premiar os oficiais que se tenham destacado no Curso Superior de Polícia da corporação.