Como demonstração de respeito e compromisso com a memória de seus antecessores, os cadetes do 1º Curso de Formação de Oficiais (CFO) realizaram, na sexta-feira, 16, uma marcha de aproximadamente 19 km até o local da histórica Batalha da Serra da Garganta, em Anitápolis, Santa Catarina.
A marcha dos cadetes teve como objetivo relembrar os feitos heroicos daqueles que tombaram em defesa da lei e da ordem. No local do confronto, foi realizada uma cerimônia simbólica, incluindo salva de tiros, como forma de homenagem solene aos heróis que perderam suas vidas.
A Batalha da Serra da Garganta, ocorrida em 16 de outubro de 1930, é um episódio emblemático, não só para a história da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), mas também para o povo catarinense. Esse evento carrega consigo um legado de bravura, sacrifício e compromisso com a Segurança Pública.
Na sexta-feira, a marcha terminou no monumento erguido, sendo acompanhado pelo comandante-geral da PMSC, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, pelo diretor da Academia da Polícia MIlitar da Trindade (APMT), coronel Cleber Pires e pelo comandante da Escola Superior de Formação de Oficiais, tenente-coronel Marco Antônio Brito Junior.
História - Durante o movimento que culminou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder, suas tropas partiram do Rio Grande do Sul em três colunas, atravessando Santa Catarina em direção ao Rio de Janeiro. Uma dessas colunas entrou no estado pelo município de Passo de Torres, no Rio Mampituba, tomando Araranguá e, pela via férrea, estabeleceu-se em Tubarão. A estrada que ligava Tubarão a Florianópolis, aberta alguns anos antes, era a rota mais lógica para o avanço daquele contingente. No entanto, os revoltosos souberam que uma região em Anitápolis, conhecida como Serra da Garganta, estava ocupada por policiais da Força Pública Catarinense, então comandada pelo governador Fulvio Aducci, que permanecia fiel ao governo federal.
Nesse contexto, no 11º dia da Revolução, aproximadamente 1500 revoltosos entraram no município de Anitápolis, surpreendendo pela retaguarda cerca de 34 policiais militares catarinenses. Muitos membros da tropa resistente foram mortos, alguns foram enterrados no próprio local - heróis cujas identidades jamais foram reveladas. Esse episódio, um dos mais sangrentos da história catarinense, simboliza a coragem e a determinação dos policiais que, mesmo diante de adversidades extremas, cumpriram seu dever até o fim.
Esse tipo de iniciativa reforça o espírito de camaradagem e lealdade que caracteriza a Polícia Militar, servindo como uma lembrança constante do valor da segurança pública e da importância de preservar a história e as tradições da corporação. Além disso, destaca valores como a honra, o dever e a coragem. Ao visitar o local do combate e prestar homenagem aos heróis combatentes, os cadetes não apenas honram o passado, mas também se comprometem a continuar a missão de proteger a sociedade com a mesma coragem e determinação daqueles que enfrentaram a batalha na Serra da Garganta.